Marco Paulo ganhou as eleições presidenciais. Esta é uma informação incorrecta, é desinformação. Mas tem graça. E, se pensarmos, mandamos mudar Marco Paulo por Cristina Ferreira e já se nos levanta o sobrolho com um “olha, olha, quem sabe…”.
Este é o grande truque da “des-informação”, agarrar sempre em algo real, que seja verdadeiro, e depois dividir essa verdade por uma data de cabeças de fósforo incendiário e mentiroso.
Com um fundo de verdade tudo se pode disseminar, embrulhado de mentira. Aliás., de Alves dos Reis aos mais modernos trafulhas, a meia-verdade colhe junto das boas almas, que vão crendo no som melífluo das vozes constantes e radialistas: um homem sério não mente, diz a tradição. Se o nosso amigo Cândido Mota mentisse – coisa que nunca fez -., Portugal acreditava.
O “ora pois” é combater a Desinformação. Se um perfil falso, do Facebook ou semelhante, nos atinge com uma daquelas petas que irritam, há que saber responder.
O primeiro impulso, prestimoso, pode até ser de escacha-pessegueiro, uma contra-resposta tão digna e virulenta que o tal mentiroso se vá de vez para o mundo do sete-estrelo.
Mas, diz a prudência, que o boato se espalha com maior fulgor do que a verdade. E, por isso, há que responder com o tempero e a qualidade necessário. Isto é: não basta contrapor, há que submeter aquele mentiroso à nossa racional e entusiasmante razão – no fundo, excitar tanto como a mentira, mas agora com a verdade. Isto não é coisa fácil: envolve as entranhas do talento e os anos e anos de experiência. É como nos namoros: quando éramos nov@s só nos lembrávamos da resposta no momento errado, já passado. Desta vez temos de responder bem, depressa e com a experiência feita de saber e de muita volta no carrossel da coisa mediática.
Sem sustos, é para isto, também, que criámos a Rossio. Para saber quanto, quando e como combater a desinformação. Ser eficaz nesse esforço. Repor a verdade. E, sem esforço mas com trabalho, ganhar ainda mais simpatia, depois de um ataque torpe.
Ganhe. Com a Rossio. De confiança.