Há cinco erros na Comunicação na Internet, básicos, que as pequenas empresas e instituições costumam fazer. Devem-se, apenas, a uma pequena dessincronização com o mundo acelerado em que a Net vive. A comunicação na Internet é exigente e deve estar na mão de quem sabe. Não é incomum que os criativos digam que os clientes podem exigir, por vezes, trabalhos “impossíveis”. Isto é: que não ficarão bem feitos à luz da técnica. Vejamos cinco exemplos.

5 eros comunicação

(c) Mixkit

1 Basta de vez em quando

Não, não basta. A Internet, como tudo na vida dos humanos, é um animal de hábitos. Os nossos filhos seguem um youtuber que publica às terças. Os espectadores esperam pela “Circulatura do Quadrado” às quartas e ai! da Missa que se celebre atrasada a um domingo. Por isso a periodicidade rígida nas redes é uma forma de hábito e este hábito cria confiança. Quem gere a comunicação de uma instituição sabe que um atraso na publicação de um texto ou vídeo vai ferir essa confiança. Talvez por isso, por vezes, alguma acrimónia entre ambos. Mas o público é quem manda. E o público é um ser de hábitos.

 

2 Basta ter jeito

Há quem pense que uma prima afastada com um meio bacharelato em Comunicação, ou um gosto enorme pelo jornal Blitz, pode ser uma pessoa encartada para conduzir a comunicação de uma instituição – ajudada até por um bancário que comenta nas redes sociais nas horas livres. A Comunicação é já uma Ciência Humana estudada ao mais alto nível nas melhores universidades. E há  erros na Comunicação. Os profissionais d’A Rossio, por exemplo, são licenciados ou mestres em cada uma das vertentes da Comunicação. Mais: somam décadas de experiência em ambientes tão diversos como redacções, comunicação com o público, Sistemas de Informação, etc. Jeito é o que temos aos 13: para jogar à bola ou para cantar. O saber vem com a formação e a experiência – a que d’antes se chamava tarimba.

 

3 Pago é melhor

Há uma ideia perigosa nos momentos actuais: conteúdo que se mostra sob forma de publicidade ou promoção é “melhor” que o outro, que vai sendo partilhado sem qualquer “empurrão”. Errado.

O que interessa é a dissipação “orgânica” do conteúdo. Se uma entrada no Instagram ou LinkedIn consegue conquistar, por partilhas voluntárias, 11 mil pessoas, temos um jackpot! A publicidade é uma imposição, necessária nos arranques de storylines e campanhas, mas a conquista natural e espontânea de público é das melhores notícias que se pode ter. Sem erros na Comunicação. Porque é real e corresponde a um “entendi!” por parte do leitor.

 

4 É pouco e… é para ontem!

Por vezes, em raros casos (+/-), o cliente de um gestor de comunicação tem uma urgência. Pega no telefone, diz que precisa “disto” e que “d’isto” é para hoje.

Pablo Picasso, aos 78 anos, sentado no aeroporto de Barcelona, foi abordado por uma senhora pouco distante da sua idade. Cheia de posses, a senhora pediu-lhe um retrato dela, feita pelo mestre. Picasso sacou do bloco A3, fez o retrato e deu-o à senhora, acompanhado a dádiva com a frase: “São dois milhões de dólares”.

Irada, a senhora devolveu: “O quê??? Um rabisco que demorou dois minutos vale essa barbaridade??”. Picasso, calmo, respondeu:

-“Não. Não foram dois minutos. Foram 78 anos e dois minutos”.

Por vezes, o criador de conteúdos não consegue explicar ao cliente o que está por detrás do esforço criativo – e tudo o que envolve a semiologia ou a semiótica. Mas é sua tarefa tentar, o melhor que puder, dizer ao cliente que “pouco” e “para ontem” é igual a desastre. Isso não será senão um erros na Comunicação. Como diria Platão, citando Sócrates, o ócio é a mãe do pensamento.

 

5 Agora “já não precisamos”… 

Muitas vezes as instituições, depois de terem o seu estacionário feito, o expositor montado, os vídeos e os panfletos prontos, desistem dos criativos. No fundo, pensam, já têm tudo para a promoção da sua empresa e, acima de tudo, “aquilo da Net” faz-se com facilidade.

Podíamos citar milhares de casos em que, quando a comunicação deixa as mãos dos especialistas, torna-se um perigo autofágico para as instituições.

Quem cuida da comunicação tem dois predicados essenciais: a criatividade e a astúcia informada. Estes dois, mais o conhecimento técnico, não se substituem por trabalho “in house” de meros curiosos, por muito que sejam extraordinários profissionais ou meritórios voluntários. Não cremos que os ovos moles de Aveiro possam ser feitos por um assador de sardinhas de Ferragudo, por muito que lhe demos a receita. Assim é a comunicação.E esperar que um assador faça ovos moles é um de muitos erros na Comunicação