As redes sociais são o novo terreno de batalha de políticos, accionistas, sócios e até de candidatos em grupos informais. Todos procuram mais votos
As redes sociais dão mais votos. A frase é simples e real se, e só se, as redes sociais forem trabalhadas com o cuidado russo e a persistência e paciência chinesa. Isto é: com um entendimento perfeito da tecnologia e com muitas horas passadas à volta de cada um dos canais de redes sociais que existem.
A influência das redes sociais em resultados eleitorais está à mostra. Cada vez mais um candidato a presidente de um clube de futebol ou de uma Junta de Freguesia precisa das suas redes activas e positivas. Serve isto para estes cargos como para o de presidente dos Estados Unidos da América.
As redes sociais abrigam hoje mais de um terço de toda a humanidade. Permitem que se mantenham dois tipos de contacto. O primeiro é o contacto patrocinado, ou pago. A campanha paga para ser vista e escolhe o seu público alvo. O grande objectivo é transformar aqueles que são apanhados no conteúdo pago em “amigos orgânicos”.
É neste campo, da mensagem que se espalha de forma “orgânica” que está o segredo do sucesso de uma boa campanha.
“Orgânico” quer dizer que são os utilizadores das redes, os tais “amigos”, que começam a espalhar a mensagem voluntariamente, sem que o candidato esteja a pagar-lhes por isso.
Orgânico
A força de uma popularidade “natural” ou “orgânica” não acontece por acaso. Dezenas de técnicas de marketing são usadas pelos especialistas em comunicação para potenciar um post específico, uma imagem trabalhada ou um vídeo promocional – todos eles com cunhos muito distintos na linguagem e a responder a critérios finos e exigentes.
Por vezes alguns candidatos ficam contentes quando passam de duas centenas para, digamos, 1300 “amigos” ou “seguidores” durante uma campanha eleitoral. Mas o número que interessa não é apenas esse. Os novos “amigos” podem apenas estar a fazer um “like” ou “follow” e, depois, nunca mais ver nada do canal subscrito.
O que interessa, mesmo, é o número de interacções com cada “post” e a quantidade de respostas e reacções desencadeadas.
Moderar
Para que a campanha não saia dos trilhos há que passar bom tempo a cuidar de comentários e respostas. Principalmente das negativas, que são prejudiciais. Há várias formas de escolher a moderação de comentários, mas a mais nociva é a pré-aprovação. Dá ideia de uma pré-censura e isso irrita ainda mais o crítico – que pode depois fazer uma contra-campanha. Dizer mal tem sempre mais sucesso do que dizer “bem” e compromete a conquista de mais votos.
Moderar significa acolher o crítico e escolher uma de duas vias: reconquistá-lo ou isolá-lo. Para isso existem também técnicas que se usam amiúde e evitam estragos maiores.
Tão importante como isto é abrir, expandir o público a que se chega. Conquistar os “influencers” locais e regionais, pondo-os do “nosso” lado. Conseguir, através da linguagem directa e bem disposta que o público tome partido da causa que defendemos, trazendo mais votos.
Recursos duvidosos
Nas grandes campanhas mundiais existe até o recurso ao ilegal: as clickfarms. São armazéns gigantescos, apinhados de utilizadores que gerem, ao mesmo tempo, dezenas de perfis “falsos” e, com eles, vão fazendo engrossar o sucesso “orgânico” de cada campanha. Existe um ponto de não retorno para isto: quando um número suficiente de perfis falsos apoia, os verdadeiros, por imitação, vão atrás e ajudam a sustentar essa campanha.
Solução
Por tudo isto, qualquer candidato a cargo em instituição precisa de peritos em comunicação online, dedicados especialmente às redes, para ter sucesso na sua candidatura e na sua campanha.
E nem sempre são os russos, com centenas de hackers, que fazem eleger presidentes. Basta uma equipa com experiência, técnica, paixão e que faz dentro das regras e da lei – aproveitando tudo o que as redes e o online tem para oferecer.
O sucesso, claro.